Grupo divulga manifesto contra linchamento no julgamento do mensalão; leia
DE SÃO PAULO
Atualizado às 15h26.
Um manifestado articulado por um grupo solidário ao ex-ministro José Dirceu foi assinado por 268 intelectuais, artistas e acadêmicos.
A carta, que não cita o nome do ex-ministro, contém críticas ao tom de espetáculo que, na opinião deles, contaminou o julgamento do mensalão.
"Parte da cobertura na mídia e até mesmo reações públicas que atribuem aos ministros o papel de heróis nos causam preocupação", afirma o grupo.
A ideia é encaminhar a mensagem aos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Artistas solidários a Dirceu criticam tom de julgamento
"Somos contra a transformação do julgamento em espetáculo, sob o risco de se exigir --e alcançar-- condenações por uma falsa e forçada exemplaridade. Repudiamos o linchamento público e defendemos a presunção da inocência" , afirma o documento, que tem o nome "Carta Aberta ao Povo Brasileiro".
Os articuladores da mensagem são os jornalistas Fernando Morais e Hildegard Angel, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto e a professora Olgária Matos.
"Não é um manifesto. É um texto filosófico-doutrinário de cidadãos brasileiros preocupados com a manutenção de alguns direitos constitucionais, sobretudo o direito à presunção de inocência", disse Barreto, no começo da semana.
LEIA A MENSAGEM E VEJA QUEM ASSINOU
Carta Aberta ao Povo Brasileiro
Desde o dia 2 de agosto o Supremo Tribunal Federal julga a ação penal 470, também conhecida como processo do mensalão. Parte da cobertura na mídia e até mesmo reações públicas que atribuem aos ministros o papel de heróis nos causam preocupação.
Somos contra a transformação do julgamento em espetáculo, sob o risco de se exigir --e alcançar-- condenações por uma falsa e forçada exemplaridade. Repudiamos o linchamento público e defendemos a presunção da inocência.
A defesa da legalidade é primordial. Nós, abaixo assinados, confiamos que os Senhores Ministros, membros do Supremo Tribunal Federal, saberão conduzir esse julgamento até o fim sob o crivo do contraditório e à luz suprema da Constituição.
Fernando Morais, jornalista e escritor
Hildegard Angel, jornalista
Luiz Carlos Barreto, produtor cinematográfico
Olgária Matos, filósofa, professora universitária Unifesp
Abelardo Blanco, cientista político, publicitário
Adilson Monteiro Alves, sociólogo
Adriano Pilatti, professor de direito PUC/RJ
Afonso Celso Lana Leite, professor universitário UFU
Alceu Valença, músico
Alcides Nogueira, escritor
Aldimar Assis, advogado
Altamiro Borges, jornalista
Amélia Cohn, socióloga, professora Faculdade de Medicina USP
Ana Carolina Lopes, fotógrafa
Ana Corbisier, pesquisadora
Ana Fonseca, economista, professora universitária
Ana Helena Tavares, jornalista
Ana Maria dos Santos, advogada
Ana Maria Freire, escritora
André Borges, escritor e poeta
André Klotzel, cineasta
André Medalha e Almada, designer
André Tokarski, presidente da UJS - União da Juventude Socialista
Antonio Abujamra, ator
Antonio Carlos Fon, jornalista
Antonio Celso Ferreira, historiador, professor Unesp/Assis
Antonio Gilson Brigagão, jornalista e diretor teatral
Antonio Grassi, ator
Antonio Ibañez Ruiz, educador, professor universitário UNB
Antonio Pita...
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