Bancadas de oposição coletam assinaturas para CPI do parcelamento dos salários
As bancadas de oposição ao governo Sartori vão protocolar o pedido para instalação da CPI do Parcelamento dos Salários. A proposta foi apresentada, na manhã desta terça-feira (26), pelos deputados/as e líderes das bancadas do PT, PSOL, PCdoB e dirigentes sindicais de várias categorias de servidores públicos. O ato ocorreu na Sala de Convergência Adão Pretto da Assembleia Legislativa.
A líder da bancada petista, Stela Farias, reforçou os argumentos do pedido de CPI, ressaltando que é preciso desvendar os mistérios em torno das contas do Governo Sartori e buscar a transparência e a verdades sobre a situação financeira do Estado. "O que falta não é dinheiro para pagar os servidores, é prioridade. Sartori prefere atrasar salários a fazer gestão financeira no pagamento de outras despesas. Prefere consolidar a retórica do caos, para entre outras medidas, transferir para Brasília, as finanças gaúchas, abrindo mão de qualquer autonomia financeira do Estado.", afirmou Stela.
Na mesma linha, a deputada e líder do PCdoB, Manuela D’Ávila reclamou que “as bancadas de oposição, em quase três anos, jamais tiveram acesso transparente, como manda a lei, sobre as finanças e contas do Estado”. Lembrou que estas mesmas bancadas foram ao Tribunal de Contas, por quatro vezes, buscar informações sobre as finanças do governo gaúcho. De acordo com ela, “o governo tem proposto medidas que vão durar décadas, como o ‘pacto’ firmado com a União que trata da Recuperação Fiscal (RRF). Nós precisamos saber a realidade das contas do Estado e as razões que levam o governo a parcelar salários. A CPI é o último instrumento que nos sobrou”, afirmou a líder comunista.
Líder da Bancada do PSOL, o deputado Pedro Ruas não crê que o governo vá aumentar a receita do Estado mexendo, por exemplo, nas isenções fiscais. Citou como exemplo que “são R$ 9 bilhões/ano de isenções, sem qualquer fiscalização para ver se empresas cumprem o que prometem. Uma dessas levou quase meio milhão e rendeu apenas cinco empregos. É um absurdo”. O parlamentar criticou, ainda, a sonegação fiscal, que chega a R$ 7 bilhões/ano e indagou: “O que o governo faz para combater a sonegação? Nada”, respondeu. Ruas disse que “esse é um governo que não pode parcelar salários, nem exigir dos servidores e da sociedade qualquer sacrifício. Essa CPI vai mostrar a verdade ao país inteiro.”
O deputado Tarcísio Zimmermann (PT), um dos principais articuladores da CPI, disse que os dados sobre as contas do governo, disponibilizados às bancadas, mostram que existe uma opção política no sentido de usar a crise financeira como instrumento de rebaixamento das reivindicações dos servidores e da sociedade gaúcha. “Isso ocorre desde o primeiro dia deste governo e se agrava, tendo como ápice o pagamento de apenas R$ 350,00 na primeira parcela do salário de agosto”, afirmou o parlamentar.
Durante a sessão plenária desta terça-feira, vai ser feita a coleta das demais assinaturas para o protocolamento da CPI. Até agora, 16 deputados já assinaram o pedido. Para ser instalada, são necessárias 19 assinaturas.
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